Gusttavo Lima cancelou seu show em Petrolândia, no Sertão de Pernambuco, programada para o dia 2 de outubro. Ele era uma das principais atrações da festa de São Francisco de Assis, padroeiro da cidade. A Prefeitura de Petrolândia confirmou o cancelamento no domingo, 29 de setembro, após divulgar que o cantor havia optado por não comparecer ao evento.

O g1 Caruaru havia consultado o Diário Oficial do Município, onde constava a contratação da Balada Eventos e Produções, empresa de shows do cantor, para o evento. Segundo o documento, o valor do cachê de Gusttavo Lima no show cancelado seria de R$ 1,1 milhão. A assinatura do contrato, realizada no dia 6 de setembro, foi feita pelo prefeito Fabiano Jaques Marques.

A Balada Eventos justificou que o cancelamento ocorreu em comum acordo com a prefeitura. Em nota, a empresa afirmou que “o evento será remarcado em outra oportunidade”. No entanto, nenhuma nova data foi anunciada.

Investigação em andamento

Apesar do cancelamento em Pernambuco, Gusttavo Lima retomou sua agenda de shows em Marabá, no Pará, no dia 27 de setembro. A apresentação ocorreu logo após a revogação de um mandado de prisão preventiva que havia sido decretado contra o cantor pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), como parte da Operação Integration.

Essa operação investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas online. Gusttavo Lima é um dos investigados, além de empresários e da influenciadora Deolane Bezerra. Durante o show em Marabá, o cantor falou sobre a importância de honestidade: “A tua honestidade te salvará. […] Faça o certo, o errado todo mundo já faz”, declarou ele ao público.

Gusttavo Lima e esquema ilegal de apostas

A Operação Integration apura se Gusttavo Lima teria participação em um esquema ilegal de apostas. Um dos focos da investigação é a empresa Vai de Bet, antiga patrocinadora do Corinthians, na qual o cantor se tornou sócio em julho de 2024, adquirindo 25% das ações. A Polícia Civil de Pernambuco suspeita que o cantor já possuía um papel oculto na empresa antes dessa data.

Além disso, a investigação apontou transações financeiras suspeitas entre as empresas de Gusttavo Lima e a Vai de Bet. Foram encontrados mais de R$ 150 mil na sede da Balada Eventos, e notas fiscais indicaram a circulação de milhões em pagamentos ao cantor pelo uso de sua imagem e voz.

Outra linha de investigação envolve a venda de aeronaves pelo cantor para empresários ligados ao esquema. Em uma das transações, o avião foi repassado para a Sports Entretenimento, enquanto outro negócio envolveu a J.M.J Participações. A defesa de Gusttavo Lima negou qualquer envolvimento em atividades ilegais. O Ministério Público ainda avaliará se o cantor será denunciado à Justiça.